10/05/2009

NO MEU LUGAR, O QUE JESUS FARIA?

NO MEU LUGAR, O QUE JESUS FARIA? (João 2: 1-11)
O casamento em Caná.
O ambiente era de descontração e festividade, os convidados estavam se divertindo pra valer. Todos compartilhavam da alegria dos noivos, alguns conversavam outros colocavam o papo em dia, mas não um sequer que não estivesse envolvido com aquele importante evento socio-familiar.Todos nós sabemos que se existe lugar onde as coisas podem dar erradas é num casamento e, quanto mais convidados tiver maior a probabilidade de que imprevistos estraguem a festa. Imagine se na sua festa de casamento algo desse errado? Como você se sentiria?
Resolvi me colocar na pele de Jesus e também dos noivos neste evento que narra o primeiro milagre público de Jesus.
O mestre divertia-se entre os convidados e com certeza partilhava da alegria dos noivos quando de repente é abordado por sua mãe. Jesus temos um problema! Faltou vinho.
Agora pense e reflita sinceramente, como você reagiria se o problema fosse apresentado para que você tivesse que dar um jeito, como se sentiria, qual seria a sua reação?
Bem, eu tentaria convencer a minha mãe de que isso não é um problema meu e muito menos dela, pois nós somos apenas convidados e não trabalhadores do buffet. Afinal a bebida, a comida e tudo mais na festa é de responsabilidade ou dos anfitriões ou como já disse do buffet.

Poderia ainda argumentar que aquele era meu momento de lazer, afinal eu fora convidado para me alegrar e não para solucionar problemas dos outros. Enfim tentaria me livrar do problema, passar a bola adiante.
Talvez você me ache insensível, mas eu apenas estou sendo transparente, autêntico. E dou graças a Deus, se neste caso, a sua reação for diferente da minha.
No entanto vejamos como o nosso Mestre agiu, aprendamos com ele uma lição de amor e sensibilidade.

Quando Maria apresenta o problema para Jesus ele deu-lhe uma resposta a qual muitos não entendem claramente. V.3 Jesus diz: "que tenho eu contigo mulher?"

O mestre embora pareça ríspido em suas palavras não o é, pelo contrário, ao chamar Maria de Mulher ; ele a trata com muita sensibilidade e honra. Ao chamá-la de Mulher (palavra especifica para se referir a uma mulher, em especial a mulher casada), Jesus quis ensinar a sua mãe que ela não tinha autoridade sobre o ministério do Messias e que naquele momento sua autoridade de mãe não poderia influenciá-lo a agir em favor de sua petição.

Interessante notar que Jesus não chama Maria de Mãe, mas de mulher.

Maria personaliza o típico ser humano que necessita da ajuda do mestre para solucionar seus problemas. Ela também simboliza os intercessores que pedem a Deus em favor dos outros. Porém Maria sabe quem realmente Jesus é. Ela sabe do seu poder e da capacidade sobrenatural que ele tem para lidar com os casos impossíveis.

O que tenho eu a ver contigo... Jesus esclarece sua relutância em tomar partido na petição da mulher (sua mãe), ela estava pedindo que ele se manifestasse ao mundo. Por isso ele lhe diz: ainda não chegou a minha hora. Agora podemos perceber a dimensão do pedido de Maria, ela estava pedindo simplesmente que o Messias se manifestasse ao mundo. E como ele faria isso? Curando uma pessoa? Ressuscitando um morto? Expulsando um demônio? Não! Transformando água em vinho para servir uma festa de casamento.

Já pensou se alguém pedisse para você (o messias) fazer um milagre desse tipo? Qual seria sua reação? Provavelmente diríamos "olha eu sou o salvador do mundo, sou santo e tenho apenas três anos para realizar a maior obra de toda historia da humanidade e, você quer que eu gaste meu tempo resolvendo problemas de bebida num casamento, tenha paciência"

O pedido de Maria era embaraçoso, pois pedia vinho para a festa e, não era pouco vinho não, calcula-se que Jesus transformou cerca de mais de 500 litros de água em vinho. O que você acha disso?

É exatamente aqui que o mestre mostra-nos seu caráter, sua capacidade de lidar com as situações pensando não no melhor para si mesmo, mas no melhor para todos.

O que estava em jogo?

A reputação dos noivos e de suas respectivas famílias, pois como poderiam celebrar uma festa de casamento se não havia vinho suficiente para servir aos convidados. Imagine o que as pessoas iriam falar da festa do seu casamento, se, não houvesse bebidas (refrigerantes, sucos) para servi-los? Imagine os comentário no dia seguinte.
A preocupação de sua mãe em vistas do problema detectado. Afinal Maria foi quem detectou o problema e foi ela quem procurou solucioná-lo, mesmo que para isso tenha apelado para o poder Jesus. Se Jesus tivesse simplesmente rejeitado a intercessão de Maria, ele teria dado provas de que os sentimentos e preocupações de sua Mãe não eram tão importantes para ele. Imagine você apresentando um problema grave para a única pessoa que poderia resolvê-lo e, esta pessoa simplesmente dizer que não tem nada a ver com isso. Como você reagiria?
A disposição do Messias em socorrer os necessitados. Jesus veio ao mundo para salvar a humanidade, mas ele sabia perfeitamente que muitas pessoas precisam de outras coisas além da salvação. Alguns precisavam de cura, outros de libertação, outros de um ombro amigo, outros de perdão, outros de pão, vinho, dinheiro etc. E na maioria das vezes Jesus se dispunha a dar a estas pessoas o que elas necessitavam, que isto sirva de exemplo para nós.
Lições que aprendemos com o Mestre:
Jesus tomou ciência do problema.
Ele tomou a iniciativa de resolver o problema.
Ele não se apegou ao fato de que o momento era ou não conveniente e não considerou seu conforto pessoal como desculpa para se livrar do incomodo.
Não solucionou o problema resmungando (dando um barraco com sua mãe)
Pediu ajuda para aos empregados da casa para solucionar parte do problema.

Ele resolveu definitivamente o problema e continuou na festa se divertindo junto com todos, sem cara feia, sem murmurações.
Jesus me ensinou que o mais importante não é o meu bem estar, mas sim o do próximo que neste contexto são apresentados por sua mãe Maria, pelos noivos e pelos convidados.
Para refletir...
Às vezes quando vou a algumas festividades na casa de meus parentes (festas de aniversários, almoços, jantares, etc..) fico muito chateado, só pelo fato de ter que ir sem que muitas vezes deseje de fato estar naquele lugar. O problema é ainda maior quando não me sinto a vontade na casa aonde ocorre o evento e, pra variar estes lugares via de regra são as casas dos parentes da minha esposa. Agora se além de tudo eu tiver que resolver algum pepino, ai é demais pra mim, logo me estresso e já perdi a conta de quantas vezes dei mal testemunho, sendo insensível para com as pessoas da casa e principalmente com minha esposa. Pensando bem, acho que preciso de muito quebrantamento, humildade, transformação, disciplina, disposição para mudar e mais que tudo isso, preciso aprender a imitar o Meu Mestre.
Para praticar...
1-Sempre que um problema for apresentado a mim devo agir de forma semelhante a de Jesus.
2- Antes de tudo devo tomar ciencia do problema, sua amplitude e implicações para minha vida e para a dos demais.
3- Avaliar de que forma posso ser parte da solução do problema.
4- Não colocar o meu conforto e bem estar em primeiro lugar, mas tentar enxergar o que [é melhor para a comunidade (meu próximo)
5- Tentar resolver o problema ou partedele sem ficar estressado, irritado e resmungão.
6- Pedir ajuda para outros se perceber que sozinho não vou conseguir resolver o problema.
7- Depois que o problema for resolvido permanecer calmo, atento pois outros podem aparecer e, preciso estar sempre disposto a ajudar meu próximo seja em que situação for.
Que a paz de Cristo que excede todo entendimento guarde as vossas mentes e os vossos corações em Cristo.

Até a próxima.


De seu irmão em Cristo, Marcus Vinicius.