Quando você vai ao supermercado, prefere comprar frutas frescas ou aquelas que estão podres e cheirando mal? Prefere a carne "vermelhinha" e sem gordura, ou aquela cheia de manchas escuras e com aparência de estragada? Vamos ao nosso texto tentar enxergar como o escolher entre o podre e o puro, se aplica à nossa maneira de falar.
"Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem"
Qual a lição que você aprende ao ler esse texto? Que o crente não pode dizer palavrões e que suas palavras devem ser edificantes? E só isso Nesses poucos anos que tenho de Evangelho, muitas vezes ouvi dizer que este texto trata somente destas duas afirmações que citei. Porém nunca me disseram que a lição aqui vai um pouco além da proibição de falar palavrões e tornar minhas palavras edificantes! Hoje, vamos tentar esclarecer melhor a idéia destes dois opostos e compreender como podemos aplicar este principio eterno em nossas vidas. O que são palavras torpes? Claro que palavrões são palavras torpes, mas aquela brincadeira de mau gosto também é. Aquele comentário que ofende ('você tá bem gordinha' ou 'tá magro demais' ou 'que pé grande hein'...). Aquele apelido indesejado que você dá sem perguntar se a pessoa não se importa, aquela piada de duplo sentido que muitas vezes tem conotação sexual ou aquela resposta malcriada que sai sem pensarmos antes. Em resumo, palavra torpe pode ser entendida como tudo aquilo que proferimos e que não tem valor algum, palavras corrompidas e corrompedoras, ruins e impróprias, que muitas vezes magoam aquele que é seu alvo.
Mas nem tudo está perdido! O texto nos ensina como consertar isso! Ele nos fala sobre a "transmissão da graça" através da nossa boca. Entenderemos isso melhor se dermos atenção a um pequeno detalhe: A ordem de "proferir palavras que edifiquem, conforme a necessidade" e o "transmitir graça aos que ouvem" estão ligadas uma à outra, são como sinônimos. Ou seja, uma é a conseqüência da outra. Quando uso palavras edificantes, conforme a necessidade do meu próximo, estarei transmitindo graça a ele. E como posso fazer isso? Um bom conselho bíblico diante de uma adversidade da vida, o bom dia ao passar no meio de pessoas que você conhece ou não, o testemunho da salvação de Cristo para alguém que não entende que existe uma eternidade depois dessa vida e até aquele bate-papo descontraído com os amigos!
Transmitir bondade, atenção, preocupação, estima, carinho, ajuda, amor. Tudo isso também é transmitir graça! O favor imerecido de Deus e o Seu amor que salva as pessoas também deve ser transmitido através daquilo que falamos, porém a ordem dada nesse texto não se restringe somente a isso. O que você tem transmitido às pessoas? Seu linguajar está pobre ou está puro? Podemos mudar nossa maneira de falar, repensando sobre como têm sido os últimos conteúdos de nossas conversas: Sobre o que temos falado ultimamente? Gastamos mais tempo observando as coisas que nosso cônjuge nos diz do que aquilo que nós dizemos? Fugimos dos momentos em que nosso irmão precisa de uma palavra de ajuda? Nosso testemunho tem sido temperado com o "sal da Palavra" ou tem sido "insípido, sem sabor"?
O Senhor nos ajude a mudarmos nossa maneira de falar. Se ela á pura, que permaneça pura, se não for, que possamos consertar isso! Que nossa boca não seja fonte de palavras sem valor, mas seja fonte de sabedoria e assim, transmita graça aos que nos ouvem.
Que Deus os abençoe.
Marcelo Cardoso
